Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
Simpósio

Trabalhos em Educação Matemática são apresentados em Simpósio na USP

Publicado: Sábado, 08 de Dezembro de 2018, 10h16 | Última atualização em Sábado, 08 de Dezembro de 2018, 11h42

Aconteceu entre os dias 30 de novembro a 02 de dezembro de 2018, o II Simpósio da Formação do Professor de Matemática da Região Sudeste, no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), organizado pela Associação Nacional dos Professores de Matemática na Educação Básica e pela Sociedade Brasileira de Matemática. Estiveram presentes no evento Adriana de Andrade, que se graduou em 2018 no curso de Licenciatura em Matemática do câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), e Diego Bortoleto Licca, que atualmente é estudante deste mesmo curso de Licenciatura em Matemática. Ambos apresentaram trabalhos acadêmicos que foram orientados pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba.

O Simpósio da Formação do Professor de Matemática é um importante evento que contribui para a formação de estudantes e professores de matemática, com o objetivo de incentivar uma maior reflexão sobre a área da matemática e de seu ensino no âmbito da educação básica, debatendo propostas e possibilidades de melhorias na qualidade da educação. Mais informações sobre este evento podem ser obtidas aqui.

Na solenidade oficial de abertura, a Profa. Dra. Lisbeth Kaiserlian Cordani, do IME USP, proferiu a palestra intitulada “No meio do caminho tinha uma pedra...”, em que foram comentados os avanços e recuos da Educação Estatística ao longo do tempo e traçados paralelos com a situação atual.

 

Profa. Dra. Lisbeth Cordani durante sua palestra na solenidade de abertura

 

Por sua vez o Prof. Dr. Nilson José Machado, da Faculdade Educação da USP, ministrou a palestra intitulada “Epistemologia e didática da matemática”, na qual procurou refletir sobre os temas que influenciam a ação docente; em sua apresentação ele lembrou que a epistemologia que os docentes professam encontra-se diretamente relacionada com a didática que organiza a prática em sala de aula de cada um.

 

Palestra do professor Nilson José Machado

 

O professor Nilson Machado destacou que entre as visões platônica e aristotélica da Matemática coexistem variadas concepções, envolvendo ideias de pensadores tão díspares quanto Descartes e Vico, Newton e Leibniz, Hilbert e Poincaré, Popper e Polanyi, Adorno e Habermas, entre outros pares complementares. O eixo de sua palestra foi o de que não existem concepções corretas e incorretas, mas sim escolhas que são feitas combinando visões e perspectivas: ao examinar as diferentes formas de tratamento de temas matemáticos, cada professor busca uma sintonia fina entre as suas concepções educacionais e as suas ações docentes.

Adriana, professor Nilson José Machado e Diego

 

Na palestra do Prof. Dr. Antônio José Lopes (Bigode), intitulada “Matemática Recreativa, é matemática”, foram apresentados diversos temas que podem propiciar um contexto rico para explorar e desenvolver o pensamento matemático e a criatividade dos estudantes e professores, inclusive para o aprofundamento em temas para pesquisa.

 

Professor Antônio José Lopes

 

Durante o Simpósio os inscritos puderam participar de um minicurso. A licenciada Adriana participou do minicurso “Mágicas e Brinquedos feitos de papel que ensinam lógica matemática e computação”, ministrado pelo Prof. Dr. Pedro Luiz Aparecido Malagutti, docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesta oficina foram construídos materiais manipuláveis feitos de papel para o entendimento de fatos básicos de aritmética e lógica matemática. Foram, deste modo, elaborados pequenos aparatos que operam com números e com conectivos lógicos; tais artefatos, juntos, podem simular as principais partes de um computador: acumulador, registro de instruções, células de memória, sistema de entrada/saída e repertório de instruções. Foi explicado o modo de funcionamento deste modelo de computador, para posteriormente utilizá-lo pedagogicamente em sala de aula.

 

Brinquedos didáticos feito de papel e materiais de baixo custo

 

Um vídeo com uma apresentação do professor Pedro Malagutti intitulado “Festival da Matemática 2017 - Pedro Malagutti” com a apresentação de “mágicas, matemática e outras diversões menos perigosas” pode ser assistido aqui. Uma outra apresentação do professor Pedro Malagutti juntamente com o Prof. Dr. João Carlos Vieira Sampaio intitulada “Matemágicas” pode ser assistida aqui.

 

Apresentação do professor Pedro Luiz Aparecido Malagutti

 

O tema “Análise e desenvolvimento de materiais didáticos de Matemática” fomentou a produção e a reflexão de textos e de materiais didáticos, de modo, que o professor consiga inovar nas suas metodologias de ensino, a partir de ações que instiguem a melhoria no processo ensino-aprendizagem.

O estudante do curso de Física da USP, Gustavo de Andrade, acompanhou Adriana e Diego em diversas atividades deste Simpósio e colaborou fornecendo ideias interessantes para o desenvolvimento de seus projetos de pesquisa.

 

Gustavo de Andrade (estudante do Instituto de Física da USP) com Adriana e Diego

 

Por sua vez, o minicurso “Medida em geometria espacial: atividades do livro aberto de matemática” apresentou um projeto em que é elaborado um texto didático para o ensino médio, a partir de um projeto de código aberto na internet, disponibilizando todo o material na internet aqui. Mais informações a este respeito podem ser obtidas no artigo “Projeto do IMPA propõe livro didático aberto e colaborativo” disponível para ser lido aqui.

 

 

Adriana durante o evento apresentou o trabalho intitulado “Reflexões sobre um minicurso de xadrez como ferramenta para o desenvolvimento cognitivo”, resultado do seu projeto de iniciação científica desenvolvido no ano de 2015, “Abordagens interdisciplinares para o ensino da matemática utilizando o xadrez como ferramenta didática”, com bolsa PIBIFSP e orientado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira do IFSP-Caraguatatuba. O trabalho investigou um minicurso de xadrez realizado numa escola pública do litoral norte paulista, que teve vinte e três alunos inscritos, e contou com uma carga horária total de vinte horas, sendo duas horas semanais. O objetivo foi investigar a influência do jogo de xadrez presencial como ferramenta facilitadora para desenvolver habilidades cognitivas do aluno, em particular com habilidades bastante associadas à aprendizagem de matemática. O minicurso foi realizado por meio de uma colaboração com o professor de matemática da escola parceira para que fosse possível fazer um acompanhamento dos alunos, no contraturno do período regular de aulas deles.  Os alunos que participaram deste minicurso de xadrez, de modo geral, passaram a cooperar mais em sala de aula. Isso evidenciou o quanto o xadrez é abrangente, apresentando grande capacidade de uso em sala de aula como ferramenta pedagógica. Os resultados destas atividades indicaram que há uma grande potencialidade no xadrez como ferramenta auxiliar escolar.

 

Adriana durante a apresentação do seu pôster

 

O licenciando em matemática Diego Licca por sua vez apresentou o trabalho intitulado “Hipercubo e Ensino de Geometria”, também sob orientação do professor Ricardo Plaza, realizado no contexto de sua participação como bolsista do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” que é desenvolvido no âmbito do IFSP-Caraguatatuba com recursos da Pró-Reitoria de extensão do IFSP. Este trabalho analisou atividades de ensino de matemática e de divulgação científica sobre formas de representação e entendimento de hipercubos ou tesseratos (generalização do conceito de cubo para as 4 dimensões), partindo de exemplos do cotidiano, para assim tratar de algumas propriedades das geometrias plana, espacial e descritiva. Um dos seus objetivos é desenvolver explicações úteis para verificar as dimensões espaciais e a representação delas no papel (plano 2D) por desenhos a mão ou por meio computacional. O estudo das projeções por meio da geometria descritiva permitiu relacioná-las com as representações tridimensionais de um hipercubo. A ideia de que a matemática está em processo de evolução e que, portanto, não é uma ciência acabada e estática, foi também um dos pontos de partida para a investigação das diferentes interpretações existentes para estes temas. Foram criadas e avaliadas estratégias de divulgação científica por meio de apresentações audiovisuais e elementos geométricos construídos com material de papelaria, acerca dos conhecimentos e das questões existentes sobre as representações de um hipercubo, procurando deste modo incentivar a investigação, a imaginação e a curiosidade científica dos jovens em geral e produzindo propostas inovadoras para o ensino da matemática.

 

Diego durante a apresentação do seu pôster

 

Neste Simpósio também aconteceu a exposição da Matemateca, que expôs alguns experimentos matemáticos que podem ser ferramentas facilitadoras do aprendizado de matemática.

 

Projeto Matemateca

 

Mais informações sobre o projeto Matemateca podem ser obtidas aqui.

 

Matemateca

 

Simultaneamente ao evento da SBM, aconteceu na cidade universitária a 20ª Festa do Livro da USP, nos dias 28, 29, 30 de novembro e 1º de dezembro, organizada anualmente pela Edusp (Editora da USP) e com a participação de mais de 230 editoras. Este evento possibilitou uma intensa troca de informações entre editoras e público, devido ao contato direto entre ambos.

 

Adriana na 20ª Feira do Livro da USP

 

Adriana salientou que participar de eventos acadêmicos como este Simpósio, com apresentação de trabalho de sua própria autoria, colabora muito para a sua maturidade intelectual, além de ser uma excelente oportunidade para conhecer as linhas de pesquisa científicas atuais e obter dicas importantes para a continuação nos estudos em nível de pós-graduação.

Fonte: Adriana de Andrade, Diego Bortoleto Licca e Ricardo Roberto Plaza Teixeira 

registrado em:
Fim do conteúdo da página