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Cinedebate

Cinedebate discutiu o filme “Ponto Final” do diretor Woody Allen

Publicado: Segunda, 21 de Agosto de 2017, 16h16 | Última atualização em Terça, 24 de Abril de 2018, 15h13

No dia 17 de agosto de 2017, quinta-feira, a partir das 16h15, ocorreu uma nova sessão de cinedebate no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com a exibição – seguida pela posterior discussão – do filme “Ponto Final”. Esta atividade fez parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de seus bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Julia Cristina Barbosa Lucoveis, Juliana Caroline da Silva Sousa, Rafael Honório Morais de Oliveira, Rafael do Nascimento Sorensen e Diego Corrêa Peres de Souza), bem como de seus bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto, Adriana de Andrade, Rafael Brock Domingos e Izabela Duarte).

Bolsistas que organizaram o cinedebate junto com professor Ricardo Plaza

O filme “Ponto Final” (o título original em inglês é “Match Point”) é um drama cheio de ironias que foi dirigido por Woody Allen na cidade de Londres e lançado em 2005. No seu elenco ele conta com a atriz Scarlett Johansson e o ator Jonathan Rhys Meyers no centro da trama. Diversas informações sobre este filme (em inglês) podem ser obtidas no site do IMDB no link: <http://www.imdb.com/title/tt0416320/?ref_=nv_sr_1>. O seu trailer pode ser assistido pelo link: <https://www.youtube.com/watch?v=q99Lx_XhOAw>. O filme, que é uma produção da BBC, foi inspirado no livro “Crime e castigo” escrito pelo russo Fiódor Dostoiévski, e discute temas como moral, ganância, culpa e uma sutil luta de classes, bem como o papel da luxúria, do dinheiro e da sorte na vida de cada um.

Logo na primeira cena, com a câmera acompanhando uma bolinha de tênis indo e vindo sobre a rede em uma quadra, uma voz masculina afirma: “O homem que disse ‘prefiro ter sorte a ser bom’ entendeu o significado da vida. As pessoas temem ver como grande parte da vida depende da sorte. É assustador pensar que boa parte dela foge do nosso controle. Há momentos em que a bola bate no topo da rede e, por um segundo, ela pode ir para o outro lado ou voltar. Com sorte, ela cai do outro lado, e você ganha. Ou talvez não caia e você perca.” Basicamente o filme gira em torno desta afirmação, em meio a personagens complexos, alguns com caráter duvidoso! A trama inicial gira em torno de um ex-jogador de tênis que se torna professor deste esporte em um clube da alta sociedade londrina, onde conhece uma moça de família muito rica com quem começa a namorar. O tema da ascensão social (“subir na vida”) permeia toda a história e nas cenas há um uso intenso de músicas de óperas para caracterizar o caráter trágico das decisões e escolhas humanas. Além disso, o filme nos faz perceber que aquilo que à primeira vista parece azar, mais a frente pode se transformar em sorte – e vice-versa!

As pessoas presentes no público foram unânimes em salientar o brilhantismo do diretor Woody Allen na realização desta película. Além disso, todos terminaram a sessão em meio a sorrisos, pela satisfação que a sensação de assistir este filme produziu. O roteiro brilhante de Woody Allen produziu reviravoltas súbitas na parte final do filme, com um desfecho inesperado e bastante sagaz, o que acabou por surpreender agradavelmente os espectadores.

Na discussão que se seguiu à exibição, diversos dos presentes salientaram o papel importante que o acaso tem em nossas existências. Obviamente o mérito e a dedicação são importantes para o sucesso ou fracasso de cada um, mas na maior parte das vezes tendemos a minimizar o papel que eventos aleatórios têm de modo marcante em nossas vidas, desde o nascimento de cada um, o que determina a classe social e o acesso à cultura, à educação, à ciência e a tudo que custa dinheiro – a este respeito foi lembrado o caso de uma escola bilíngue de educação básica que começara a funcionar em São Paulo e cuja mensalidade será de 8 mil reais! Por isto, salientou-se que ações afirmativas – tais como as cotas – em universidades públicas e programas de transferência de renda – tais como o programa Bolsa Família – para pessoas de classes sociais mais desfavorecidas pela sorte, são fundamentais para tentar reequilibrar as injustiças da “loteria da vida”, de modo a construir uma sociedade mais harmônica e menos desigual.

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP; não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

 

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