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Cinedebate

Cinedebate discutiu o filme “O Concerto” no IFSP-Caraguatatuba

Publicado: Segunda, 11 de Setembro de 2017, 16h58 | Última atualização em Terça, 24 de Abril de 2018, 15h13

No dia 05 de setembro de 2017, terça-feira, a partir das 18h, ocorreu uma nova sessão de cinedebate no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com a exibição – seguida pela posterior discussão – do filme “O Concerto”. Esta atividade fez parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de seus bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Juliana Caroline da Silva Sousa, Julia Cristina Barbosa Lucoveis, Rafael Honório Morais de Oliveira, Rafael do Nascimento Sorensen, Thiffany Souza do Nascimento e Diego Corrêa Peres de Souza), bem como de seus bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto, Rafael Brock Domingos, Izabela Duarte e Adriana de Andrade). Este cinedebate contou também com a presença de João Rocha que foi diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas.

Professor Ricardo junto com alguns dos bolsistas que organizaram este cinedebate

O filme “O Concerto” (o título original em francês é “Le Concert”) foi dirigido por Radu Mihaileanu e lançado em 2009. O trailer desta película cuja trama se passa tanto na Rússia, quanto na França, pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=veTaT2Ki-Hk>. Diversas informações sobre este filme (em inglês) podem ser obtidas no site do IMDB no link: <http://www.imdb.com/title/tt1320082/?ref_=fn_al_tt_1>.

A história do filme gira em torno de Andrei Filipov (interpretado pelo ator Aleksey Guskov) que era o maestro da prestigiada orquestra de Bolshoi, mas no início dos anos 1980 é perseguido politicamente pelo regime vigente na União Soviética por se opor ao governo e apoiar a permanência de músicos judeus na orquestra, sendo, como consequência, rebaixado ao cargo de faxineiro da orquestra pelo fato de ser um dissidente. Trinta anos depois ele intercepta acidentalmente uma mensagem para o diretor do teatro Bolshoi convidando a orquestra para uma apresentação em Paris, no belíssimo teatro de Châtelet. Ele resolve então aproveitar a oportunidade, e convida os antigos músicos da orquestra que também foram afastados para se passarem pela orquestra do Bolshoi e se apresentarem em Paris. Por um motivo misterioso, que só fica claro no final do filme, o “falso” maestro do Bolshoi exige que a solista que deve acompanhar a orquestra com o violino, seja a bela e celebrada Anne-Marie Jacquet (interpretada pela atriz Mélanie Laurent que também trabalhou no excelente filme “Bastardos Inglórios”). O filme brinca com leveza sobre alguns estereótipos existentes acerca de russos, judeus, ciganos, comunistas, empresários de negócios, etc.

João Rocha e professor Ricardo Plaza

O filme – que foi coproduzido por nada menos que cinco países: França, Itália, Bélgica, Romênia e Rússia – tem algumas cenas engraçadas e outras tocantes pela sua sensibilidade: é uma comédia dramática que também nos faz refletir sobre como a música nos aproxima e pode ser uma linguagem para unir pessoas com diferentes culturas e visões de mundo. No início, antes da exibição do filme, o bolsista de extensão Diego, que também toca violino, lembrou a beleza que é a obra “Concerto para violino e orquestra de Tchaikovsky opus 35”, interpretada ao final do filme. Para os interessados, é possível assistir uma exibição desta obra de Tchaikovsky (1840-1893), pela Orquestra da Filadélfia e com o violinista Itzhak Perlman, no link: <https://www.youtube.com/watch?v=CTE08SS8fNk>.

Após a exibição de “O Concerto”, na discussão que ocorreu, foi lembrado pelos presentes o sentimento sublime e as diferentes emoções que a música clássica nos causa, a partir da sua harmonia. A música é, assim, uma espécie de idioma dos sentimentos; como foi afirmado por um ator durante o filme: em cada nota de música existe vida. Foi lembrado também como o antissemitismo ainda se manteve presente em diferentes partes do mundo, inclusive na antiga União Soviética, mesmo com todos os fatos terríveis que ocorreram relacionados ao genocídio de judeus durante o Holocausto que ocorreu na Segunda Guerra Mundial. Foi ressaltado adicionalmente que há uma forte tradição de presença de judeus em orquestras sinfônicas por todo o mundo, tendo em vista o importante legado judaico na cultura, em geral, e na música clássica, em particular. Outro tema discutido é a respeito dos “jeitinhos” e artimanhas feitos pelos russos para fazerem as coisas acontecerem, que em certo sentido muito se assemelha ao denominado “jeitinho brasileiro”.

Observação de Saturno no céu noturno com telescópio após o cinedebate

Ao término do cinedebate, os presentes foram convidados a se deslocarem para o pátio externo existente atrás do auditório do IFSP-Caraguatatuba, para observarem, no céu noturno, o planeta Saturno, a partir do telescópio refrator existente no IFSP-Caraguatatuba, que foi montado com este objetivo pelos bolsistas de iniciação científica João Pereira Neto e Rafael Brock Domingos. A visão de Saturno pelo telescópio, nitidamente com os seus anéis ao redor, causou espanto, surpresa e emoção nos presentes, que lembraram o quanto isto deve ter sido ainda mais espantoso para o físico italiano Galileu Galilei, que há cerca de 400 anos fez as primeiras observações de Saturno com um telescópio.

Visão aproximada que se tem de Saturno, com um telescópio como o do IFSP

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP; não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

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