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Cinedebate

Cinedebate discutiu filme “Mississipi em Chamas”

Publicado: Quinta, 24 de Mai de 2018, 11h19 | Última atualização em Quinta, 15 de Setembro de 2022, 16h12

No dia 22 de maio de 2018, terça-feira, a partir das 19h00 da noite, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a exibição – seguida pelo posterior debate – do filme “Mississipi em Chamas”. A organização deste cinedebate contou com o apoio de bolsistas do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rafael Honório Morais de Oliveira, Henrique Madeo Pereira, Diego Bortoleto Licca, Larissa Comodaro Nunes Sant’Ana, Caio Cesar Nogueira, Nicolas Gama Coelho Rodrigues e Ryan Nepomuceno Montemor), bem como dos atuais bolsistas de iniciação científica João Pereira Neto (com bolsa PIBIC do CNPq), Rafael Brock Domingos (com bolsa FAPESP), Rafael do Nascimento Sorensen (com bolsa FAPESP) e Diego Corrêa Peres de Souza (com bolsa PIBIFSP), todos eles orientados pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba.

Este cinedebate contou com a participação dos professores Renato Aurelio Mainente e Ticiana Couto Roquejani da equipe de coordenação do Cursinho Popular do IFSP-Caraguatatuba, e da professora Regina Aparecida Berardi Osório: todos os três são docentes do IFSP-Caraguatatuba. Contou também com a participação dos professores do Cursinho Popular do IFSP-Caraguatatuba Juliana Caroline da Silva Sousa, Thais Alves da Silva e Victor Hugo da Silva Oliveira que são estudantes do Curso de Licenciatura em Matemática do IFSP-Caraguatatuba e que recém bolsas de extensão para ministrar as aulas do Cursinho Popular. Estiveram presentes neste cinedebate os alunos do Cursinho Popular do IFSP-Caraguatatuba, além de estudantes de outros cursos.

Professor Ricardo Plaza com bolsistas que organizaram o cinedebate sobre “Mississipi em Chamas”

O filme “Mississipi em Chamas” (o título em inglês é: “Mississipi burning”) foi dirigido por Alan Parker (que também dirigiu o excelente “Pink Floyd – The Wall”) e lançado em 1988, tendo sido premiado com o Oscar de melhor fotografia e indicado para o Oscar em outras seis categorias (melhor filme, melhor ator, melhor atriz coadjuvante, melhor direção, melhor edição, melhor som). Mais informações sobre este filme podem ser obtidas em inglês no site IMDB e em português no site “Adoro Cinema”. Uma cena legendada do início deste filme com cerca de 5 minutos pode ser assistida aqui.

Cena do filme “Mississipi em Chamas”

O filme aborda a história real que ocorreu no sul dos Estados Unidos, no estado do Mississipi, em 1964, durante o chamado “verão da liberdade” (no qual estudantes universitários do norte dos Estados Unidos partiram para o sul segregacionista com a missão de ajudar a inscrever eleitores negros para votarem nas eleições), quando três ativistas pelos direitos civis (James Earl Chaney, Andrew Goodman e Michael Schwerner) foram assassinados, o que acabou contribuindo para por um fim à segregação racial nos EUA.

Professor Renato conversa com os estudantes presente

Os dois atores principais deste filme, Gene Hackman e Willem Dafoe, interpretam uma dupla de agentes do FBI que são deslocados para investigar estes assassinatos e acabam se defrontando com uma comunidade onde o racismo e ódio estão extremamente entranhados em todos os aspectos da vida social de seus habitantes: o filme mostra como o próprio poder judiciário estava também completamente impregnado pelas ideias racistas e favoráveis à segregação racial.

Professores Ricardo Plaza, Ticiana e Regina

Uma boa resenha deste filme pode ser lida aqui. Um dos temas que foi discutido após a exibição do filme é a respeito de como surge o racismo, de como ele é ensinado para crianças desde a mais tenra infância e de como a educação deve ajudar a superar preconceitos sociais como o racismo, a xenofobia, o sexismo e a homofobia. Uma das personagens do filme, sobre isto, afirma: “O ódio não nasce com as pessoas. Ele é ensinado. No colégio, diziam que a segregação estava na Bíblia: Gênesis 9, Versículo 27. Aos sete anos de idade, você já ouviu bastante e passa a acreditar. Você acredita no ódio. Você vive o ódio, respira o ódio. Você casa com ele.” O filme aborda, de forma clara, a força que a organização racista Ku Klux Klan tinha em diversos setores da sociedade, em regiões do sul dos Estados Unidos.

Professora Regina expõe aspectos sobre o filme “Mississipi em Chamas”

Sobre a passividade de muitas pessoas diante de abusos, em um dos diálogos deste filme, um dos protagonistas lembra que qualquer um que vê um ato de racismo e não tenta impedir, também é, em certo sentido, culpado.

Além disso, foram discutidas questões acerca das diferenças de como o racismo se manifesta nos Estados Unidos e no Brasil e acerca da importância das ações afirmativas e das cotas para tentar superar as desigualdades raciais que ainda são extremamente grandes em ambos os países. Para se aprofundar na questão, foi apresentada a música “Cota não é esmola” da cantora Bia Ferreira, disponível para ser assistida aqui, e também o vídeo com um teste social que revela como ocorre a presença do racismo no Brasil e que pode ser assistido aqui; o vídeo “Black guy breaks into a car” também realiza o mesmo tipo de “experimento” nos Estados Unidos (com os mesmos resultados) e pode ser assistido aqui.

Estudantes observam o céu noturno com um telescópio

Após o término do cinedebate após as 22h15, os alunos se deslocaram para o espaço do IFSP-Caraguatatuba existente atrás do auditório, onde, com o apoio dos bolsistas orientados pelo professor Ricardo Plaza, realizaram observações da Lua e de Júpiter (planeta que no telescópio aparece acompanhado de suas quatro “luas galileanas”) com o telescópio refrator do IFSP-Caraguatatuba. Como afirma o professor Ricardo Plaza, há muitos milhares de anos, muito antes do surgimento do cinema, os “cinedebates” eram feitos admirando-se o céu noturno e refletindo sobre o caráter das estrelas, sobre a vastidão de nosso Universo e sobre tudo que desconhecemos a seu respeito.

Aluna observa Júpiter (que estava situado próximo do zênite) com o telescópio refrator

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas e ex-bolsistas de iniciação científica e de extensão no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” do IFSP-Caraguatatuba que é coordenado pelo professor Ricardo Plaza. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza para juntos organizarem os detalhes.

Fonte: Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira

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