Cinedebate abordou documentário sobre a guerra às drogas
No dia 14 de abril de 2018, sábado, a partir das 10h da manhã, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a exibição – seguida pelo posterior debate – do documentário “Quebrando o Tabu”. A organização deste cinedebate contou com o apoio de ex-bolsistas do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” (Kauã Estevam Cardoso de Freitas e Rodrigo Henrique Revelete Godoy), bem como do bolsista de iniciação científica João Pereira Neto (com bolsa PIBIC/CNPq), todos eles orientados pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba. Este cinedebate contou com a participação do professor Alexandre Machado Rosa (docente de educação física do IFSP) e das servidoras técnico-administrativas Teresa Cristina Cardoso Pereira Leite Daniel e Maíra Ferreira Martins.
Público presente neste cinedebate
A ideia original para realizar este cinedebate surgiu de um contato inicial da psicóloga Teresa Cristina com o professor Ricardo Plaza com o objetivo de exibir e debater alguma obra cinematográfica que permitisse um aprofundamento a respeito da questão das diferentes formas de combate às drogas.
Ricardo Plaza, Teresa Cristina e Maíra Martins
O documentário “Quebrando o Tabu” com duração de 1 hora e 20 minutos foi dirigido por Fernando Grostein Andrade e lançado em 2011. Ele conta com o depoimento de personalidades como o médico Dráuzio Varella, o escritor Paulo Coelho, o ator Gael Garcia Bernal e os ex-presidentes Bill Clinton, Jimmy Carter (ambos dos Estados Unidos), Fernando Henrique Cardoso (do Brasil), César Gaviria (da Colômbia) e Ernesto Zedillo (do México).
Professor Ricardo Plaza, Rodrigo, professor Alexandre e Kauã
“Quebrando o Tabu” está disponível para ser acessado e assistido gratuitamente pelo youtube no link: <https://www.youtube.com/watch?v=tKxk61ycAvs>. O documentário se inicia lembrando que em 1971 o presidente dos Estados Unidos na época, Nixon, declarou a chamada guerra às drogas, numa tentativa de obter um mundo livre de drogas, por meios militares, mas desde então, passadas mais de 4 décadas, o consumo de drogas, os danos causados por elas nas pessoas e o poder do narcotráfico, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, só aumentaram.
Professor Alexandre reflete sobre problemas discutidos pelo documentário
O principal objetivo deste documentário é refletir sobre como a forma repressora de lidar com as drogas não obteve sucesso nem nos Estados Unidos, nem no Brasil, e também pensar sobre as consequências de considerar dependentes de drogas não como criminosos em presídios, mas como pacientes tratados por uma equipe multidisciplinar envolvendo médicos, assistentes sociais, psicólogos e educadores.
Maíra propõe algumas questões para reflexão por parte dos presentes
Com base em documentos históricos, esta obra cinematográfica explica que as drogas fazem parte da humanidade desde a antiguidade, há milhares de anos. O filme expõe a opinião clara de que criminalizar o consumo de drogas não é a forma mais inteligente de atacar este problema na sua raiz e critica o preconceito, o estigma e a falta de informação que envolvem esta temática; além disso lembra que quem acaba encarcerado por este tipo de política, na esmagadora maioria dos casos, são jovens pobres e negros. Por diversos momentos o documentário evidencia que o problema com as drogas atinge o mundo todo e que existem formas mais eficazes de agir do que a criminalização. Em nenhum momento é feita uma apologia ao uso de drogas ou é argumentado que drogas não fazem mal, mas o filme critica a hipocrisia existente a respeito desta questão. O escritor Paulo Coelho, por exemplo, critica a hipocrisia de muitos sobre este tema e lembra que a droga pode trazer um prazer momentâneo no curto prazo, mas que ela também mata a coisa mais importante que temos em nossas vidas, o nosso poder de decidir.
Teresa Cristina explica a respeito de questões abordadas no documentário
Uma das virtudes deste documentário é tratar das diferentes experiências existentes no mundo a respeito da questão do tratamento dedicado aos dependentes. Por exemplo, são abordadas as consequências na Holanda e em Portugal da despenalização do consumo de drogas, principalmente no que concerne à diminuição da violência na sociedade. Uma boa entrevista com o diretor de “Quebrando o Tabu” pode se lida no artigo “Documentário 'Quebrando o Tabu' ganha novo fôlego com versão internacional” no link: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI328005-17770,00-DOCUMENTARIO+QUEBRANDO+O+TABU+GANHA+NOVO+FOLEGO+COM+VERSAO+INTERNACIONAL.html>.
O principal objetivo desta obra é abrir um debate sério e bem informado sobre o complexo problema das drogas no Brasil e no mundo, com diversos públicos, tais como jovens, pais, professores, médicos, psicólogos e assistentes sociais, de modo a permitir uma conversa franca que leve à diminuição do preconceito, ajude na prevenção ao uso de drogas, possibilite a redução de danos entre usuários e dissemine informações com base científica sobre o tema.
As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas e ex-bolsistas de iniciação científica e de extensão no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” do IFSP-Caraguatatuba que é coordenado pelo professor Ricardo Plaza e conta na sua equipe também com os professores Mauro Chaves e Alexandre Rosa. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza para juntos organizarem os detalhes.
Fonte: Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira
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