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Cinedebate

Cinedebate abordou as relações da Volkswagen com a Ditadura Militar no Brasil

Publicado: Quarta, 04 de Abril de 2018, 13h56 | Última atualização em Terça, 24 de Abril de 2018, 15h15

No dia 29 de março de 2018, quinta-feira, a partir das 17h45, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), ocorreu a exibição – seguida pelo posterior debate – do documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”. A organização deste cinedebate contou com o apoio de ex-bolsistas de iniciação científica e do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” (Izabela Duarte, Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy e Juliana Caroline da Silva Sousa), bem como dos bolsistas de iniciação científica João Pereira Neto (com bolsa PIBIC/CNPq), Rafael Brock Domingos (com bolsa FAPESP), Diego Corrêa Peres de Souza (com bolsa PIBIFSP) e Rafael do Nascimento Sorensen (com bolsa FAPESP), todos eles orientados pelo professor Ricardo Roberto Plaza Teixeira, docente do IFSP-Caraguatatuba. Este cinedebate contou com a importante participação de Antônio Carlos Spis, sindicalista no setor dos petroleiros, que após a exibição do documentário, comentou diversos dos aspectos abordados. Antônio Carlos Spis foi convidado para participar deste cinedebate a partir do contato feito inicial por Joao Katsutoshi Hirakawa, estudante de Licenciatura em Física do IFSP-Caraguatatuba.

João Hirakawa, Antônio Carlos Spis e professor Ricardo Plaza

A ideia original para realizar este cinedebate surgiu de um contato inicial com o professor Ricardo Plaza, realizado por Edgar Candido Brites, cidadão morador de Caraguatatuba que se interessa por questões históricas e propôs a exibição deste documentário como uma das atividades de cinedebate no IFSP-Caraguatatuba, ideia essa que foi prontamente aceita.

Edgar Brites e professor Ricardo Plaza

O documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil” (o título em alemão é: “Komplizen? – Volkswagen und die brasilianische Militärdiktatur”) com 44 minutos de duração foi produzido pela TV pública alemã e discute a colaboração e a cooperação da empresa automobilística Volkswagen com os órgãos de repressão do regime militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. Um bom artigo com mais informações acerca deste documentário pode ser lido em: <http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/07/documentario-alemao-traz-evidencias-de-cumplicidade-da-volks-com-repressao>.

Antônio Carlos Spis expõe aos presentes algumas reflexões sobre o documentário

Esta obra cinematográfica está centrada na história de Lúcio Bellentani, um operário preso em 1972 dentro da fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo, no ABC paulista e figura central no inquérito que corre no Ministério Público Federal. Os documentos apresentados no documentário e o texto da representação são frutos dos trabalhos iniciados na Comissão Nacional da Verdade e continuados pelo IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas) para o Fórum dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Verdade, Justiça e Reparação. A divulgação deste documentário teve grande repercussão na Alemanha e no Brasil por revelar a cumplicidade da empresa Volkswagen com o regime de opressão que se instalou no Brasil em 1964.

Professor Ricardo Plaza com estudantes que ajudaram a organizar este cinedebate

O documentário também lembra o fato de que um ex-comandante dos campos de extermínio nazistas de Treblinka e Sobibor, na Polônia, Franz Paul Stangl, trabalhou por oito anos na Volkswagen do Brasil onde ajudou a montar um verdadeiro esquema de espionagem na fábrica em colaboração com o regime militar. Mais informações a este respeito estão no site da agência de notícias alemã “Deutsche Welle” (DW), em português, no artigo “Um comandante nazista na Volkswagen do Brasil”, que pode ser lido em: <http://www.dw.com/pt-br/um-comandante-nazista-na-volkswagen-do-brasil/a-39853635>.

Parcela do público presente neste cinedebate

Após a exibição do documentário, o ativista sindical Antônio Carlos Spis explicou aos presentes um pouco a respeito da repressão que vitimou muitos sindicalistas durante o regime militar. Ele – que foi coordenador da Frente Única dos Petroleiros (FUP) – lembrou também a importância de existirem sindicatos fortes e organizados, uma condição para construção de uma nação civilizada que realmente procure assegurar e respeitar os direitos dos trabalhadores das diversas categorias existentes. Este documentário legendado em português pode ser assistido integral e gratuitamente no link: <https://www.youtube.com/watch?v=1iWmAmvNMNg>. Uma boa reportagem de 5 minutos sobre este documentário pode ser assistida em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZvhGthPVT00>.

Cena do documentário exibido

A equipe do programa de extensão agradece muito a participação generosa de Antônio Carlos Spis, bem como o apoio de Joao Katsutoshi Hirakawa e de Edgar Candido Brites para a estruturação deste cinedebate.

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas e ex-bolsistas de iniciação científica e de extensão no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” do IFSP-Caraguatatuba que é coordenado pelo professor Ricardo Plaza e conta na sua equipe também com os professores Mauro Chaves e Alexandre Rosa. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Não é necessário fazer inscrição prévia: basta estar presente no auditório no início da exibição do filme. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza para juntos organizarem os detalhes.

Fonte: Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira

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