Cinedebate no IFSP-Caraguatatuba discutiu o filme de ficção científica “Eles vivem”

No dia 05 de maio de 2017, sexta-feira, entre 17h00 e 19h00, ocorreu um cinedebate com a exibição – seguida pela posterior discussão – do filme de ficção científica “Eles vivem”, no auditório do Câmpus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Esta atividade faz parte do rol de ações do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural” coordenado pelo Prof. Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira e para a sua organização contou com o apoio de seus bolsistas deste programa de extensão (Kauã Estevam Cardoso de Freitas, Rodrigo Henrique Revelete Godoy, Thiffany Souza do Nascimento, Juliana Caroline da Silva Sousa, Diego Corrêa Peres de Souza, Rafael Honório Morais de Oliveira e Rafael do Nascimento Sorensen), bem como de seus bolsistas de iniciação científica (João Pereira Neto e Rafael Brock Domingos).

Professor Ricardo Plaza com sua equipe de bolsistas que organizou o cinedebate

O filme “Eles vivem” (título original em inglês: “They live”) foi dirigido por John Carpenter e lançado em 1988. O seu trailer pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=NSNdRpYSOko>. Mais informações (em inglês) sobre este filme podem ser obtidas no site IMDB no link: <http://www.imdb.com/title/tt0096256/?ref_=fn_al_tt_1>. Como motivação para as discussões que ocorreriam, antes da exibição deste filme, foi exibido um vídeo de 6 minutos de uma aula do docente de ética da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), Clóvis de Barros Filho, cujo tema é justamente “A alienação não pode ser percebida” e que pode ser assistido em: <https://www.youtube.com/watch?v=Sgg5zuwynjE>.

Na trama do filme “Eles vivem”, John Nada (interpretado pelo ator canadense Roddy Piper) é um trabalhador braçal que chega a Los Angeles e encontra trabalho num edifício em construção. Em um cenário de pobreza e de desemprego, durante uma inusitada operação repressiva, a polícia destrói um quarteirão inteiro do bairro miserável em que vive. Na confusão ele encontra um par de óculos escuros aparentemente comuns, porém ao usá-los ele consegue enxergar horrendas criaturas alienígenas disfarçadas de seres humanos, bem como as mensagens subliminares que são transmitidas pela mídia e pelos anúncios de publicidade, tais como: “Não pense”, “Consuma” e “Obedeça”. Ao ver algumas notas de dinheiro, ele percebe que na verdade nas notas está escrito: “Este é seu Deus”. Com os óculos, ele nota que os invasores alienígenas já estão controlando o planeta na posição de capitalistas e, juntamente com um companheiro de trabalho, decide se engajar no movimento de resistência, que é perseguido e considerado subversivo pela polícia. Em uma leitura mais profunda o filme discute o modo como as pessoas em geral acabam se alienando da verdade, sobretudo pelos efeitos de diferentes formas de manipulação de massa. O filme que tem quase 30 anos pode ser assistido integralmente em diversos links do site youtube. Uma boa análise em português do filme “Eles vivem” pode ser lida no link: <http://cinegnose.blogspot.com.br/2015/10/desperte-da-sua-vida-esquizofrenica-com.html>.

Durante o debate após a exibição do filme, o estudante Rafael Brock lembrou a frase de Nietzsche: “Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas”. Ele também lembrou o “mito da caverna” de Platão, uma alegoria segundo a qual o filósofo grego refletiu sobre a importância de se libertar da condição de escuridão e obscurantismo que aprisiona as pessoas. O problema frequentemente é que quando se está dentro de um sistema de pensamento, não se consegue “pensar fora da caixa” e não é possível enxergar para além dos limites impostos. Foi lembrado também que o filósofo esloveno Slavoj Zizek, no filme “O guia pervertido da ideologia”, interpreta o filme “Eles vivem” a partir de pressupostos instigantes, como pode ser visto em um trecho de 6 minutos disponível no youtube: <https://www.youtube.com/watch?v=cloVH8ehpDE>.

As sessões de cinedebates são regularmente organizadas por bolsistas de iniciação científica e de extensão orientados pelo professor Ricardo Plaza, no âmbito do programa de extensão “Cinedebate e atividades de educação científica e cultural”. Seu objetivo principal é realizar reflexões críticas sobre história, ciência e cultura, envolvendo filmes e documentários selecionados com este propósito, bem como ampliar o repertório cultural e cinematográfico por parte dos alunos e do público em geral. Todas as sessões de cinedebates são gratuitas e abertas para quaisquer interessados, tanto da comunidade interna, quanto da comunidade externa ao IFSP. Professores e gestores de escolas públicas que pretendem que alunos de suas escolas participem de atividades deste gênero podem procurar o professor Ricardo Plaza, para juntos organizarem os detalhes.

As opiniões e os pontos de vista manifestados nas atividades descritas neste texto não necessariamente refletem a posição institucional do IFSP e são de inteira responsabilidade das pessoas que manifestaram tais opiniões e pontos de vista.